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            NO DESERTO

No deserto em que me colocaste
Sinto sede, sinto fome, sinto calor,
A noite é frio, no dia o sol é causticante,
Sinto falta de tudo. Sinto falta de amor.

Na há como matar minha sede...
Na há como saciar minha fome...
Minha alma sem amor se despede...
Em reluzente lume, que o céu consome.

É o quedar inerte da vida...
Porque no deserto na há ouro...
Há apenas a miragem da terra árida
Seres rastejantes de puro agouro.

Apelo faço; aos anjos e aos céus,
Que me livrem deste mar sem vida,
Inútil prece para os caprichos meus...
Porque nesta melodia apenas há a dor da partida.

Tal qual a planta fincada na terra árida
Que não consegue os básicos nutrientes
Para manter a imprescindível seiva da vida...
A planta esmorece em prantos contundentes.

Nesta viagem inútil em busca do nada
Não há mulher amada, não há amor...
Inexiste terra fértil. Não há terra encantada
Há somente um ser encravado na dor...

Sonhos e sentimentos são tormentos
Que alavanca a dor agonizante da alma...
Que já não tem a calma nestes momentos
Para flutuar livre, num planar sem trauma.

No deserto em que me colocaste
Sinto sede, sinto fome, sinto calor,
A noite é fria, no dia o sol é causticante,
Sinto falta de tudo. Sinto falta de amor.

Ronaldo Balbacch

São Paulo, SP, 19 de julho de 2008.
RONALDO BALBACCH
Enviado por RONALDO BALBACCH em 06/12/2008
Alterado em 02/01/2009
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