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               VINTE POEMAS DE AMOR E UMA           
                     CANÇÃO DESESPERADA


(ESTE É UM DOS MAIS LINDOS POEMAS QUE JÁ LI)

Vinte Poemas de Amor e uma Canção desesperada:

Eu posso escrever versos mais tristes esta noite.

Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e gesso, azul, as estrelas, muito longe. "

O vento da noite gira no céu e canta.

Eu posso escrever versos mais tristes esta noite.
Eu queria, e às vezes ela também me quis.

Na noite como esta eu tinha entre meus braços.
A beijei tantas vezes sob o céu infinito.

Ela queria que eu, às vezes eu também queria isso.
Como é possível não ter amado os seus grandes olhos fixos.

Eu posso escrever versos mais tristes esta noite.
Penso que não. Sentindo que eu perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso desce para a alma como o orvalho erva.

Que importa que meu amor não podia salvá-lo.
A noite foi estrelada e ela não está comigo.

É isso aí. Na distância alguém canta. Na distância.
Minha alma não se contenta com ter perdido.

Tal como os meus olhos para mais perto da pesquisa.
Meu coração pesquisas, e ela não está comigo.

A mesma noite que a alvejar as mesmas árvores.
Nós, então, nós já não são os mesmos.

Já não querem, é verdade, mas o quanto eu queria.
Minha voz pesquisou o vento para tocar-lhe ouvidos.

De outra maneira. Vai ser outro. Quanto antes o meu beijos.
Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.

Já não querem, é certo, mas talvez eu a amo.
O amor é tão curto e esquecimento é tão longo.

Porque na noite como esta eu tinha meus braços,
Minha alma não se contenta com ter perdido.

Embora esta seja a última dor que ela me causa,
e estes são os últimos versos que eu escrevo.


                  CRÉDITOS A

                 PABLO NERUDA
RONALDO BALBACCH
Enviado por RONALDO BALBACCH em 02/10/2008
Alterado em 07/10/2008
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